Entorpecida.

Mary Jane voltava para casa na véspera de Hallowen.
Estava escuro e não gostava de andar sozinha por Londres à noite.
Caminhava apressadamente quando reparou algo totalmente fora do comum. Tinha se desviado do seu trajeto habitual, com certeza havia ficado tão nervosa que tinha se detraído do caminho que tinha que percorrer.
De relance, viu sombras na noite; agora era oficial estava completamente em pânico!
Gritou quando sentiu algo roçar em sua perna, relaxou quando percebeu que era apenas um gato. Mas reparou que não era um gato comum, era preto, tinha olhos azuis incríveis e uma coleira de ouro.
Sem pensar, correu atrás do bichano que entrou em uma casa de aspecto deplorável. Havia teias de aranha, poltronas e tapeçarias comidas por traças, moveis quebrados. Contudo, aquela mobília com certeza tinha a aparência de um passado glorioso.
Estava inebriada com tudo aquilo, sentia-se especialmente atraída para o topo da escada, onde o gato estava parado, como que esperando por ela.
Subiu a escada arruinada com uma velocidade incrível e chegou a um corredor com varias portas, mas a única que lhe chamou a atenção foi a porta ao final do corredor.
Abriu a porta e entrou num quarto tão destruído quanto a sala e enquanto distraia-se com tudo aquilo, não reparou num vulto atrás de si. Quando percebeu fora tarde de mais e só sentiu algo afiado e penetrando em seu pescoço e só conseguiu gritar enquanto sentia a vida e a humanidade esvaindo-se do seu ser.
(Natália Tomé Scalzaretto)